sábado, 22 de novembro de 2008

Para estréia e síntese: Manoel Bandeira

Desencanto

Eu faço versos como quem chora
De desalento...de desencanto
Fecha meu livro, se por agora
Não tens motivo algum de pranto.
Meu verso é sangue...volúpia ardente
Tristeza esparsa...remorso vão...
Dói-me nas veias. Amargo e quente,
Cai, gota à gota, do coração.
E nesses versos de angústia rouca,
Assim dos lábios a vida corre,
Deixando um acre sabor na boca.
Eu faço versos como quem morre.

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